(...) a vida corre solta,
num plano que não é racional nem racionalizável.
Porque ao contrário do
amor ou da amizade, a felicidade é um conceito autocêntrico, de
auto-satisfação, sem movimento externo. A felicidade é um ponto de chegada, um
fim. Desfrutar cansa e consome-nos.
A felicidade não escreve, não pinta, não compõe música, não faz teatro. É anticriativa. A energia que nos faz criar vem do oposto da fruição.
A felicidade não escreve, não pinta, não compõe música, não faz teatro. É anticriativa. A energia que nos faz criar vem do oposto da fruição.
(...) enquanto cá
andamos, não há anestesia geral para ninguém. Na maioria do tempo, é a doer.
Há dois segredos para ser
feliz, disse ela. Primeiro, saber parar de procurar: o clímax acontece quando
acertamos na mosca que está pousada no alvo, no escuro. (...) O segundo
segredo para sermos felizes é o contrário do primeiro: nunca parar de tentar.
Que não acertar no alvo não nos impeça de ir simulando a alegria e a
felicidade.
Porque a dor, como a
morte, vem sempre, e contamina mais do que a alegria, mas não podemos deixar
que ela ganhe. Porque a alegria é súbita e rápida e breve, mas continua a ser a
melhor arma para atirar contra a dor.
Se me lembro dos seus
olhos e fico triste
não vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaque
que isso aumenta a minha tristeza.
não vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaque
que isso aumenta a minha tristeza.
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