"Acho que as pessoas são feitas do lugar de onde são, por exemplo, as pessoas saem para o mar para se sustentar, conhecem muito bem a sensação quando o vento muda para nordeste. Não sabem por terem lido algures, sabem porque viveram. É um tipo profundíssimo de saber."
31.7.19
10.10.18
7.6.16
"Há uma hora em que se deve esquecer a própria compreensão humana e tomar um partido, mesmo errado, pela vítima, e um partido, mesmo errado, contra o inimigo. E tornar-se primário a ponto de dividir as pessoas em boas e más. A hora da sobrevivência é aquela em que a crueldade de quem é vítima é permitida, a crueldade e a revolta. E não compreender os outros é que é certo."
Clarice Lispector
Clarice Lispector
13.5.16
23.2.16
3.2.16
"Era uma vez um rapaz que procurou um sábio em busca de ajuda.
— Venho até cá, mestre, porque me sinto tão tacanho que não tenho vontade de fazer nada. Dizem-me que não presto, que não faço nada bem, que sou lento e estúpido. Como posso melhorar? Que posso fazer para que as pessoas me valorizem mais?
O mestre, sem olhar para ele, disse:
— Lamento muito, rapaz, mas não posso ajudar-te. Primeiro, tenho de resolver o meu próprio problema. Talvez depois... — E, fazendo uma pausa, acrescentou: — Se tu me quiseres ajudar, eu poderia resolver este assunto mais depressa e talvez depois te possa ajudar.
— Com todo o prazer, mestre — gaguejou o rapaz, sentindo novamente que estava a ser desvalorizado e que as suas necessidades eram adiadas.
— Bom — continuou o mestre, tirando um anel que trazia no dedo mindinho da mão esquerda. Dando-o ao rapaz, acrescentou: — Pega no cavalo que está lá fora e vai ao mercado. Tenho de vender este anel porque preciso de pagar uma dívida. Tens de obter por ele a maior quantia possível e não aceites menos do que uma moeda de ouro. Vai e volta com a moeda o mais depressa que puderes.
O jovem pegou no anel e partiu. Assim que chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos comerciantes, que o fitavam com interesse até o jovem dizer quanto queria por ele.
Sempre que o rapaz mencionava a moeda de ouro, alguns riam-se, outros viravam-lhe a cara e só um velhinho foi suficientemente amável e se deu ao trabalho de lhe explicar que uma moeda de ouro era demasiado valiosa para ser trocada por um mero anel. Alguém, desejoso de ajudar, ofereceu-lhe uma moeda de prata e um recipiente de cobre, mas o jovem tinha ordens para não aceitar menos do que uma moeda de ouro e, como tal, rejeitou a oferta.
Depois de oferecer a jóia a todas as pessoas que se cruzaram com ele no mercado, que foram mais de cem, e abatido pelo seu fracasso, o rapaz montou no cavalo e regressou para junto do sábio.
Ele ansiava por uma moeda de ouro para entregar ao mestre e libertá-lo da sua preocupação, de modo a poder receber finalmente o seu conselho e ajuda.
Entrou no quarto do sábio.
— Mestre — disse — lamento muito. Não é possível fazer o que me pedes. Talvez tivesse conseguido arranjar-te duas ou três moedas de prata, mas não creio conseguir enganar as pessoas quanto ao verdadeiro valor do anel.
— O que disseste é muito importante, meu jovem amigo respondeu o mestre, sorridente. — Primeiro, temos de conhecer o verdadeiro valor do anel. Torna a montar no teu cavalo e vai ao ourives. Quem melhor do que ele para nos dizer o valor? Diz-lhe que gostavas de vender a jóia e pergunta-lhe quanto te dá por ela. Mas não importa o que ele te ofereça: não lho vendas. Volta com o meu anel.
O jovem tornou a cavalgar.
O ourives inspeccionou o anel à luz da candeia, observou-o à lupa, pesou-o e respondeu ao rapaz:
— Diz ao mestre, rapaz, que, se o quiser vender agora mesmo, não lhe posso dar mais do que cinquenta e oito moedas de ouro pelo seu anel.
— Cinquenta e oito moedas?! — exclamou o jovem.
— Sim — replicou o ourives. — Eu sei que, com tempo, poderíamos obter por ele cerca de setenta moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu, emocionado, para casa do mestre, ansioso por lhe contar a novidade.
— Senta-te — disse o mestre depois de o ouvir. — Tu és como esse anel: uma jóia valiosa e única. E, como tal, só podes ser avaliado por um verdadeiro perito. Porque é que vives à espera que qualquer pessoa descubra o teu verdadeiro valor?
E, dito isto, tornou a pôr o anel no dedo mindinho da sua mão esquerda."
Jorge Bucay
(Obrigada M.)
— Venho até cá, mestre, porque me sinto tão tacanho que não tenho vontade de fazer nada. Dizem-me que não presto, que não faço nada bem, que sou lento e estúpido. Como posso melhorar? Que posso fazer para que as pessoas me valorizem mais?
O mestre, sem olhar para ele, disse:
— Lamento muito, rapaz, mas não posso ajudar-te. Primeiro, tenho de resolver o meu próprio problema. Talvez depois... — E, fazendo uma pausa, acrescentou: — Se tu me quiseres ajudar, eu poderia resolver este assunto mais depressa e talvez depois te possa ajudar.
— Com todo o prazer, mestre — gaguejou o rapaz, sentindo novamente que estava a ser desvalorizado e que as suas necessidades eram adiadas.
— Bom — continuou o mestre, tirando um anel que trazia no dedo mindinho da mão esquerda. Dando-o ao rapaz, acrescentou: — Pega no cavalo que está lá fora e vai ao mercado. Tenho de vender este anel porque preciso de pagar uma dívida. Tens de obter por ele a maior quantia possível e não aceites menos do que uma moeda de ouro. Vai e volta com a moeda o mais depressa que puderes.
O jovem pegou no anel e partiu. Assim que chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos comerciantes, que o fitavam com interesse até o jovem dizer quanto queria por ele.
Sempre que o rapaz mencionava a moeda de ouro, alguns riam-se, outros viravam-lhe a cara e só um velhinho foi suficientemente amável e se deu ao trabalho de lhe explicar que uma moeda de ouro era demasiado valiosa para ser trocada por um mero anel. Alguém, desejoso de ajudar, ofereceu-lhe uma moeda de prata e um recipiente de cobre, mas o jovem tinha ordens para não aceitar menos do que uma moeda de ouro e, como tal, rejeitou a oferta.
Depois de oferecer a jóia a todas as pessoas que se cruzaram com ele no mercado, que foram mais de cem, e abatido pelo seu fracasso, o rapaz montou no cavalo e regressou para junto do sábio.
Ele ansiava por uma moeda de ouro para entregar ao mestre e libertá-lo da sua preocupação, de modo a poder receber finalmente o seu conselho e ajuda.
Entrou no quarto do sábio.
— Mestre — disse — lamento muito. Não é possível fazer o que me pedes. Talvez tivesse conseguido arranjar-te duas ou três moedas de prata, mas não creio conseguir enganar as pessoas quanto ao verdadeiro valor do anel.
— O que disseste é muito importante, meu jovem amigo respondeu o mestre, sorridente. — Primeiro, temos de conhecer o verdadeiro valor do anel. Torna a montar no teu cavalo e vai ao ourives. Quem melhor do que ele para nos dizer o valor? Diz-lhe que gostavas de vender a jóia e pergunta-lhe quanto te dá por ela. Mas não importa o que ele te ofereça: não lho vendas. Volta com o meu anel.
O jovem tornou a cavalgar.
O ourives inspeccionou o anel à luz da candeia, observou-o à lupa, pesou-o e respondeu ao rapaz:
— Diz ao mestre, rapaz, que, se o quiser vender agora mesmo, não lhe posso dar mais do que cinquenta e oito moedas de ouro pelo seu anel.
— Cinquenta e oito moedas?! — exclamou o jovem.
— Sim — replicou o ourives. — Eu sei que, com tempo, poderíamos obter por ele cerca de setenta moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu, emocionado, para casa do mestre, ansioso por lhe contar a novidade.
— Senta-te — disse o mestre depois de o ouvir. — Tu és como esse anel: uma jóia valiosa e única. E, como tal, só podes ser avaliado por um verdadeiro perito. Porque é que vives à espera que qualquer pessoa descubra o teu verdadeiro valor?
E, dito isto, tornou a pôr o anel no dedo mindinho da sua mão esquerda."
Jorge Bucay
(Obrigada M.)
1.2.16
20.1.16
12.1.16
4.1.16
3.1.16
28.12.15
21.12.15
11.12.15
A minha lista de desejos
A probabilidade de alguém próximo vir aqui parar é quase nula, por isso posso tornar esta lista pública, sem ser oportunista. O Natal está aí, e preciso de um ou outro prémio de consolação.
1. Esta agenda é da Planeta Tangerina, e parece que me vai ensinar a tirar o máximo proveito da natureza.
3. Acho que definitivamente tenho de conhecer pessoalmente este livro.
4. Paleta de sombras, com vários tons, para brincar ao espelho.
5. Podia pintar com os dedos, mas as youtubers dizem que um bom pincel faz milagres (eu acredito, acredito sempre em tudo!)
6. Ruby Woo da Mac, um clássico, e pouca coisa pode transformar uma noite mal dormida e um cabelo desalinhado do que um baton vermelho.
7. Hmm... não vou entrar em pormenores
8. Viver um inverno com temperaturas polares, devia ser renunciar a saias, vestidos, etc. Mas, esta... esta é perfeita.
9. Há a versão preta, mas esta cor nude roubou-me o coração. Imagino-as com jeans, com azul marinho, branco, cinzento.
10. Ando há uma vida à procura de uns sapatos masculinos, não demasiado masculinos. Encontrei-os.
11. Porque imagino a minha casa nova sempre com banda sonora.
5.12.15
(...) a vida corre solta,
num plano que não é racional nem racionalizável.
Porque ao contrário do
amor ou da amizade, a felicidade é um conceito autocêntrico, de
auto-satisfação, sem movimento externo. A felicidade é um ponto de chegada, um
fim. Desfrutar cansa e consome-nos.
A felicidade não escreve, não pinta, não compõe música, não faz teatro. É anticriativa. A energia que nos faz criar vem do oposto da fruição.
A felicidade não escreve, não pinta, não compõe música, não faz teatro. É anticriativa. A energia que nos faz criar vem do oposto da fruição.
(...) enquanto cá
andamos, não há anestesia geral para ninguém. Na maioria do tempo, é a doer.
Há dois segredos para ser
feliz, disse ela. Primeiro, saber parar de procurar: o clímax acontece quando
acertamos na mosca que está pousada no alvo, no escuro. (...) O segundo
segredo para sermos felizes é o contrário do primeiro: nunca parar de tentar.
Que não acertar no alvo não nos impeça de ir simulando a alegria e a
felicidade.
Porque a dor, como a
morte, vem sempre, e contamina mais do que a alegria, mas não podemos deixar
que ela ganhe. Porque a alegria é súbita e rápida e breve, mas continua a ser a
melhor arma para atirar contra a dor.
Se me lembro dos seus
olhos e fico triste
não vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaque
que isso aumenta a minha tristeza.
não vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaque
que isso aumenta a minha tristeza.
4.12.15
Coisas de uma manhã banal de Sexta
- acordei voluntariamente às 7h
- não fiz a cama
- ia atropelando um pastor alemão (ainda agora não percebo a destreza com que me desviei)
- acabei de comer uma nata ao pequeno almoço
São 8:55, que comece o meu dia de trabalho (non-stop).
- não fiz a cama
- ia atropelando um pastor alemão (ainda agora não percebo a destreza com que me desviei)
- acabei de comer uma nata ao pequeno almoço
São 8:55, que comece o meu dia de trabalho (non-stop).
14.11.15
15.Nov.2015
Saí com o pretexto de ir deitar o lixo fora, mas o que queria mesmo era apanhar um bocadinho de sol.
Podia ter sido uma saída banal, chegava ao fundo da rua e voltava para cima a passo de caracol.
Mas, fui para baixo com o coração e o corpo leve, voltei com o coração apertado e a garganta seca.
Conheci a solidão, vi olhos encharcados de lágrimas, e ouvi a história, de um amor que durou 63 anos, dos quais os últimos 5, foram passados com sofrimento, percebi o que é regressar à terra que se julga nossa, e já não conhecer ninguém, não ter com quem falar, que quando a solidão está instalada dentro de nós, pode-se mudar de ares mas ela caminha lado-a-lado connosco, que uma das melhores características de alguém é ser trabalhador, que aos 80 e poucos anos os nossos filhos já terão netos, e "lá têm a vida deles" não podem estar ao pé de nós, que se sobrevive a um cancro e se consegue viver muitos anos sem um peito, que quando queremos falar não nos importamos de quem nos está a ouvir...
Como será a minha finitude? Como a imagino?
Eu só ia deitar o lixo e apanhar sol!
Podia ter sido uma saída banal, chegava ao fundo da rua e voltava para cima a passo de caracol.
Mas, fui para baixo com o coração e o corpo leve, voltei com o coração apertado e a garganta seca.
Conheci a solidão, vi olhos encharcados de lágrimas, e ouvi a história, de um amor que durou 63 anos, dos quais os últimos 5, foram passados com sofrimento, percebi o que é regressar à terra que se julga nossa, e já não conhecer ninguém, não ter com quem falar, que quando a solidão está instalada dentro de nós, pode-se mudar de ares mas ela caminha lado-a-lado connosco, que uma das melhores características de alguém é ser trabalhador, que aos 80 e poucos anos os nossos filhos já terão netos, e "lá têm a vida deles" não podem estar ao pé de nós, que se sobrevive a um cancro e se consegue viver muitos anos sem um peito, que quando queremos falar não nos importamos de quem nos está a ouvir...
Como será a minha finitude? Como a imagino?
Eu só ia deitar o lixo e apanhar sol!
12.11.15
9.11.15
#sugarfree
Não quero ser cúmplice com histerismos e fundamentalismos sobre a alimentação. Mas, hoje é o meu dia 1/365 sem refrigerantes (e ingestão descontrolada de açucares).
25.10.15
"Acredito na Utopia
Acredito em estarmos juntos, que projetos excecionais nascem de pessoas excecionais, que rir e ter prazer é importante em todas as dimensões da vida, incluindo o trabalho, que é bom estar no mundo sem medo, que há muita coisa que nos pode acontecer, mas que nos podemos sempre reinventar.
Acredito na simplicidade, no momento, na felicidade daquilo que temos e em darmos sempre o melhor.
Acredito na lealdade, na dedicação, na criatividade…
Acredito na simplicidade, no momento, na felicidade daquilo que temos e em darmos sempre o melhor.
Acredito na lealdade, na dedicação, na criatividade…
Acredito que é possível o mundo que queremos ter."
Ricardo Mealha (1967-2105)
19.10.15
Testamento
"Deixo aos meus amigos
um azul cerúleo para voar bem alto
um azul cobalto para a felicidade
um azul ultramarino para estimular o espírito
um vermelhão para que o sangue circule alegremente
um verde musgo para acalmar os nervos
um amarelo de ouro: riqueza
um violeta cobalto para o devaneio
uma garança porque deixa ouvir o violoncelo
um amarelo bário: ficção científica, brilho, esplendor
um ocre amarelo para aceitar a terra
um verde veronese para a memória da Primavera
um índigo para que o espírito se ajuste à tempestade
um laranja para treinar a vista de um limoeiro ao longe
um amarelo limão para a graça
um branco puro: pureza
terra de Siena natural: a transmutação do ouro
um negro sumptuoso para ver Ticiano
uma terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra
uma terra de Siena queimada para o sentimento da durabilidade"
Viera da Silva
(Magnífico!)
7.9.15
29.7.15
23.7.15
14.7.15
1.7.15
30.6.15
26.6.15
25.6.15
14.6.15
27.5.15
30
Chego aos trinta depois de ter percorrido um ano cheio de provações e provocações. Fui a lugares e conheci sentimentos inimagináveis. Perdi-me, assustada. Mas, descobri a dimensão da força humana (que só pode ter mão divina). Olhei para dentro, abri portas e gavetas, arrumei-as, algumas voltei a fechar muito devagarinho, para não causarem mais danos. Mantive bem perto de mim os que amo. Cedi lugar à "ajuda", para quem serei eternamente grata, por nunca me deixar dar um passo sozinha, por ter as palavras certas, por me ensinar a respirar (literalmente!).
Consciente de que ainda há muito por fazer, mas pouco ansiosa com o que aí vem. Apenas tenho cá dentro a vontade de construir o meu porto seguro e simplesmente deixar-me SER.
Cristinha, com 30 anos, vamos viver intensamente?
18.5.15
14.5.15
Amante é aquilo que nos apaixona. É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também, aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. Jorge Bucay. +
13.5.15
28.3.15
Fraga do Puio, Picote, Miranda do Douro. 25 de Março 2015
Foi por causa de uma imagem em Peinha de L Puio, que o meu fascínio (amor!) pelo Planalto Mirandês começou. Nos últimos dias andamos perdidos por lá, e a cada km percorrido o encanto tornou proporções que jamais imaginei. O que dizer de uma região que tem características tão próprias? Falam mirandês, têm espécies autóctones (o burro, a ovelha e a vaca p.e.), os pauliteiros, os pandeiros e as gaitas, têm a posta mirandesa (a melhor carne que já comi até hoje), as arribas (onde o rio Douro passa claustrofóbico) que nos esmaga tal é a brutalidade da paisagem. E tem pessoas capazes e projectos que ajudam a preservar e a enaltecer ainda mais o planalto: a Casa dos Edras, a AEPGA, a Palombar, a Associacao Lérias, as Las Çarandas, os Galandum Galundaina, etc.
O Torga sempre o disse:
"Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança."
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