5.12.15




(...) a vida corre solta, num plano que não é racional nem racionalizável. 


Porque ao contrário do amor ou da amizade, a felicidade é um conceito autocêntrico, de auto-satisfação, sem movimento externo. A felicidade é um ponto de chegada, um fim. Desfrutar cansa e consome-nos. 

A felicidade não escreve, não pinta, não compõe música, não faz teatro. É anticriativa. A energia que nos faz criar vem do oposto da fruição.


(...) enquanto cá andamos, não há anestesia geral para ninguém. Na maioria do tempo, é a doer.

Há dois segredos para ser feliz, disse ela. Primeiro, saber parar de procurar: o clímax acontece quando acertamos na mosca que está pousada no alvo, no escuro. (...) O segundo segredo para sermos felizes é o contrário do primeiro: nunca parar de tentar. Que não acertar no alvo não nos impeça de ir simulando a alegria e a felicidade.


Porque a dor, como a morte, vem sempre, e contamina mais do que a alegria, mas não podemos deixar que ela ganhe. Porque a alegria é súbita e rápida e breve, mas continua a ser a melhor arma para atirar contra a dor. 
Se me lembro dos seus olhos e fico triste

não vou ouvir Sinatra e não vou beber conhaque

que isso aumenta a minha tristeza.

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